Recentemente, mais uma investida sobre a autonomia da Universidade Federal da Integração Latino-Americana - Unila, tem suscitado debate acalorado na comunidade acadêmica. Digo mais uma, pois a universidade já foi alvo de diversos movimentos atentatórios, em especial ao seu caráter internacionalista latino-americano. Contudo, resiliente e intrépida como é, em todos os casos, nossa instituição, graças principalmente à resistência e à união de sua comunidade, manteve-se viva e autônoma.
Pandemias acarretam abalos intensos nas redes sociais e econômicas de milhões de pessoas, suscitando alterações profundas nas sociedades, na cultura e nas instituições. Para a universidade, instituição milenar cujo nascedouro antecede em muito os trabalhos de Edward Jenner e Alexander Flemming, portanto anterior à descoberta da vacina e do antibiótico, a história registra memoráveis ações empreendidas no processo de superação destes flagelos, as quais, reiteradamente, reafirmaram a academia como uma das mais dinâmicas, resilientes e criativas instituições criadas pelo espírito humano.
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AUNILA foi criada em 12 de janeiro de 2010, por meio da Lei nº 12.189. Porém, uma universidade não se faz apenas com a burocracia legal, mas sim com pessoas. E elas gradativamente foram chegando e dando forma, literalmente dando cara a nossa UNILA. As pessoas são, de fato, o coração pulsante de uma instituição de ensino, pesquisa e extensão.
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A universidade sem fronteiras
A origem das universidades remonta à Idade Média, período no qual estas instituições se estabeleceram como centros aglutinadores do conhecimento humano. Caracterizando-se como polos de atração de estudantes oriundos das mais diversas nacionalidades europeias, a universidade proporcionava-lhes uma atmosfera única de integração e um ambiente acadêmico vibrante no qual se respirava o desejo pelo conhecimento
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Em tempos de polarizações políticas acirradas e de simplificações conceituais caricaturadas, a universidade deveria assumir o importante papel saneador de trazer à baila o espírito acadêmico original, afeto ao método científico, e que valora aquele esforço de honestidade intelectual desejoso por deixar a retórica sofista para a Ágora, e a dialética filosófica para a Academia.
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O tema do ensino superior precisa ser tratado como um eixo norteador do Plano de Desenvolvimento Municipal. Seus impactos sobre a imigração, sobre a mobilidade social, sobre o desenvolvimento social e econômico, sobre a atração e permanência de pessoas altamente qualificadas na cidade não podem passar despercebidos pela administração pública. É mister um planejamento estratégico que contribua para facilitar a assimilação dos que chegam, uma relação próxima do poder público com as instituições universitárias para fomentar a percepção social de pertencimento à comunidade acadêmica, uma relação integrada das universidades com as escolas para estímulo ao acesso, um planejamento de mobilidade urbana que considere os polos universitários no município, e a revigoração da política de cultura, pois é incompatível a inexistência de um teatro com uma cidade universitária.
O Paraná conta com cinco instituições federais de ensino na oferta de cursos superiores em níveis de graduação e pós-graduação: IFPR, UFPR, UFFS, Unila e UTFPR. Contudo, dentre os 399 municípios do estado, apenas Curitiba e Foz do Iguaçu abrigam sede de universidade federal. E é na terra das Cataratas do Iguaçu que está a Universidade Federal da Integração Latino-Americana — Unila, a universidade caçula do estado.
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Aristóteles, trezentos anos antes de Cristo, da início à sua metafísica com uma afirmação instigante: “todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer”. Passados mais de mil anos, uma instituição personificou o desejo original intuído pelo filósofo, recebendo a denominação de universidade. Derivação do latim universitas, que significa, dentre outros, universalidade, totalidade, a instituição universitária paulatinamente se converteu no centro aglutinador do conhecimento humano, um espaço de ebulição intelectual capaz de dar vazão àquele anseio inato à que se referia o Estagirita.
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A UNILA é uma instituição brasileira que tem orgulho em atrair para suas salas e laboratórios estudantes do Brasil e de toda a América Latina, contribuindo para a consolidação do País em uma posição de destaque regional na educação superior. Indicadores como número de vagas ofertadas, qualidade dos cursos, número de projetos de pesquisa e extensão apontam com clareza para uma história de sucesso em pouco menos de uma década de existência.
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As universidades constituem o coração pulsante do conhecimento científico. São também um espaço para a formação humanística e cidadã, bem como um meio para a integração cultural e social. Com tamanha responsabilidade sobre seus ombros, precisam se caracterizar como instituições onde a liberdade de expressão e opinião seja preservada, sem quaisquer formas de cerceamento, sejam pela via administrativa ou através de grupos políticos divergentes que a compõem.
![Estudo das meninas](https://static.wixstatic.com/media/36c48d33bcb44f608245fdab8b54cfb1.jpg/v1/crop/x_802,y_0,w_2461,h_2700/fill/w_319,h_350,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/Estudo%20das%20meninas.jpg)